A prática de se organizar em roda para conversar traz inúmeros significados. A expressão por meio da linguagem oral de sentimentos, ideias, valores estão presentes em todas elas. Mas, não podemos afirmar que tenham as mesmas finalidades e aprendizagens.
Cada uma carrega características e
peculiaridades, e é importante que o professor saiba diferenciá-las para que
possa fazer a melhor escolha na hora de planejar.
È muito comum reunir as crianças
para informar sobre algo que está
acontecendo na escola e que todos precisam saber principalmente em período de
festa. A informação pode levar a pesquisa, a reflexão e ao conhecimento. Mas,
pode ser meramente informação.
Em algumas situações se faz
necessário conversar com as crianças, sobre o como fazer algo; o passo-a-passo
de uma atividade (instruir). Este momento também é importante se queremos garantir o produto final.
Um bom exemplo prático é quando realizamos atividades de culinária e mostramos
as crianças o modo de fazer.
As crianças acompanham o professor
executando e em outras vezes participa fazendo segundo a instrução recebida. O
mesmo acontece quando reunimos a turma para demonstrar ou ensinar as regras de
um jogo.
Observem que a participação das
crianças nestes dois casos acima apresentados é muito mais como ouvinte e a
fala apenas para esclarecimento de dúvidas. A fala do professor é uma característica
bastante presente, pois, é ele quem disponibiliza as informações e instruções. As crianças têm um papel
maior como ouvinte ou de realizador.
Já as conversas informais são comuns na rotina e contribuem
para estabelecer afetividade no grupo, oferecendo importantes elementos e
informações para que o professor possa conhecer melhor a sua turma e planejar
novas situações a partir das necessidades e interesses das crianças. Permite a livre expressão sem o compromisso sistemático de avançar,
esmiuçar e chegar ao conhecimento mais elaborado. Neste momento a participação
das crianças falando é maior e professor tem importante papel de ouvinte
atento e de mediador para que todos possam falar. A conversa fica mais
solta é muito comum as crianças falarem sobre assuntos diversos.
O momento da conversa que se destina
a investigação, entendemos
investigação como busca, pesquisa, indagação com a finalidade de saber algo ou
de saber melhor algo, não é comum no cotidiano escolar.
Este momento contribui para que
as crianças sejam capazes de construir conhecimentos importantes para o
seu desenvolvimento. Estimular para que aprendam a observar, perguntar,
levantar hipóteses, imaginar, pensar e buscar comprovação é possível na
educação infantil.
O professor tem dificuldade em saber como mediar uma conversa
investigativa para que a num esforço conjunto possam esclarecer, esmiuçar com
maior profundidade ideias e conceitos sobre algo.
para a conversa é menor, mas não
impede que o professor ajude, provoque e estimule as crianças a pesarem além do
que elas já sabem.
Mediar uma roda de
conversa é uma habilidade importante e que precisa ser aprendida pelo
professor. Quanto mais ele planejar, organizar e fizer de tal prática,
maior habilidade terá para ajudar as crianças no momento da conversa.
Bete Godoy
*Pós Graduação em
Fundamentos de uma Educação para o Pensar-PUC-SP
Fonte : Blog :paraalemdocuidar- educaoinfantil.blogspot.com
O que o professor precisa saber: para oferecer
situações que rendem boas conversas:
1-O modo próprio como a criança pensa
e conversa:
• A criança ainda está em fase de construção dos conceitos e de abstração para
isso faz uso da imaginação e emoção para expor seus sentidos e conhecimentos. A
subjetividade para ligar uma ideia na outra é uma presença marcante.
• Os diálogos são marcados por generalizações confusas, porém é possível
afirmar que existe pensamento (pensamento de criança).Vygotsky chama de
pensamento sincrético.
• Quanto mais rica for a experiência pessoal da criança, mais material sua
imaginação terá a sua disposição para construção de conhecimento.
• Quanto mais rica for a experiência pessoal da criança, mais material sua
imaginação terá a sua disposição para construção de conhecimento.
2-Planejar boas situações para
conversa.• Se utilizar texto, história,
imagem, música e etc como elemento desencadear precisa conhecer bem o material
para saber mediar às falas durante a conversa.
• Pensar em possibilidade de conversa que o material oferece.
• Garantir espaço e tempo adequado para o momento planejado para conversa.
• Respeitar o tempo de “concentração” das crianças. A faixa etária deve ser
levada em consideração. Os pequeninos se dispersam com maior facilidade.
• Pensar em possibilidade de conversa que o material oferece.
• Garantir espaço e tempo adequado para o momento planejado para conversa.
• Respeitar o tempo de “concentração” das crianças. A faixa etária deve ser
levada em consideração. Os pequeninos se dispersam com maior facilidade.
3-Valorizar as conversas espontâneas das crianças. • Ouvir o que as crianças pensam livremente em especial enquanto brincam e fazem as refeições.
4-Observar e registrar (quando necessário transcrever as conversas das crianças) para:• Compreender como as crianças pensam. • Saber o que elas: gostam, sonham, suas dificuldades, desejos, valores e etc. • Para planejar novas situações.
5-Ser o mediador e não o doutrinador durante a conversa.• Não impor seus valores como corretos. • Participar como sendo mais um membro do grupo. • Não concluir no lugar da criança. • Respeitar a possibilidade e a necessidade de cada um concluir por si e para si.A construção de ideias é coletiva, mas conclusão é individual.As crianças são curiosas por natureza e muito mais que a capacidade de responder o educador precisa estimular e valorizar a capacidade de perguntar.
6-As crianças são capazes de conversar sobre os mais diversos assuntos e com a ajuda do adulto, novas ideias vão brotando.
Olá Pessoal ! Escolhi compartilhar este assunto com vocês pois é de grande importância para a condução da prática da linguagem da criança em desenvolvimento . Utilizei o mesmo na condução da reunião pedagógica em minha instituição . Foi de extrema importância para o grupo conduzindo melhor a prática em sala .
Até a próxima !!!
Ingrid Silva
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